Por Wandick Robson Pincer*
Por qual razão destruíram a casa?
E a sua fachada formosa?
Tudo isso começa, mas passa,
Ficando Guimarães Rosa!…
***
E seu jardim coberto de flores?
E suas janelas abertas ao sol?
Guimarães Rosa chora em dores
E, junto com ele, o velho arrebol!…
***
Foi-se tudo ao chão num instante só.
No lugar de paredes – nuvens de pó.
Perdeu-se o amor naquele momento…
***
Tudo descansa tranquilo em papel.
No lugar da casa – um arranha-céu.
A casa de Guimarães Rosa dorme no tempo…
***
PINCER, Wandick R. O Poeta pra escrever pensa um pouco, 1ª ed., 1982, pág.18

*Wandick Robson Pincer escreve desde os 13 anos, e publicou três livros de poesia, de forma independente: O poeta pra escrever pensa um pouco? (1982), Entranhas Abertas (1990) e Sempre (1998). Participou da Antologia dos Poetas Itaunenses, editada pela Universidade de Itaúna, em 1990. É servidor público de carreira do município de Itaúna-MG e formado em Letras pela UEMG/Divinópolis.