A porta da rua…

Durante a semana, presenciei uma cena atípica na porta de minha casa. Foi como apertar um gatilho na mente. Surgiu uma ideia e fui logo colocando no papel. Escritor é assim. Quando surge algo, você tem que anotar na hora. Às vezes penso que a criatividade tem seu prazo de validade. Como sou um escritor concurseiro, não posso publicar todo o conteúdo do conto na web, para que o mesmo não deixe de ser inédito. Abaixo, deixo um pequeno trecho do thriller de suspense, A porta da rua. Espero que gostem! Até breve.

TRECHO DO CONTO A PORTA DA RUA DE TONI RAMOS GONÇALVES

Moro na favela há alguns meses. Aqui tudo começa como provisório e irregular, com um jeito ou arranjo. Cheguei depois de ter a vida arruinada. Perdi a empresa, casa, carros, mulher, filhos, saúde e esperança. Devo agradecer a sorte que tive, de não acabar mendigando nas ruas, vivendo debaixo de algum viaduto. Depois de perder tudo, eu estava disposto a me matar. Daquilo que me sobrou, fiz questão de guardar o revolver calibre 38, que eu sempre mantinha em casa, para minha segurança. Estava decidido a meter uma bala na cabeça e estourar os meus miolos. O inferno que me aguardava, eu já o vivia aqui e não deveria ser pior. A casa vazia que desocuparia no dia seguinte trazia a lembrança do fracasso e a solidão que agora sentia. Sentado numa cadeira, a arma na boca, não tive coragem de apertar o gatilho. Fracassei até na hora da morte.Toni Ramos Gonçalves

Deixe um comentário